O QUE É SERVIÇO DE CONTROLE DE PERDAS
O DAE conta agora com uma área específica para a gestão estratégica contra perdas no sistema de abastecimento e distribuição com a missão de integrar as demais divisões do Departamento.
A área de atuação do Serviço de Controle de Perdas de Água está diretamente ligada a utilização, conservação, recuperação e proteção dos recursos hídricos e economicidade na prestação de serviços pelo DAE.
Tem assim, o enfoque nas medidas e ações que se destinam a promover a utilização, conservação, recuperação e proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, sua sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida. O Plano de Gestão aplicado atualmente tem foco em 06 Pilares:
• Gestão de Micromedição
• Detecção e Regularização de Fraudes
• Gestão de Pressão
• Controle Ativo de Vazamentos
• Velocidade e Qualidade nos Reparos
• Gestão de Infraestrutura
REDUÇÃO E CONTROLE DE PERDAS
Foi considerada no plano diretor a elaboração de um plano de combate a perdas, gerenciado pela diretoria de controle de perdas do DAE.
Atualmente, o sistema de distribuição atinge o índice de, aproximadamente, 50% de perdas totais, onde são somadas as Perdas Reais e Aparente (volume de serviço, hidrantes, fraudes e submedição,etc.).
O cenário de redução de perdas considerado para a elaboração do plano diretor foi a de redução dos índices de 48,7% aferido em 2013 para 25,0% em 2034. Nos 5 primeiros anos do plano diretor (2014-2019) a redução de perdas foi vinculada diretamente ao combate às fraudes e à submedição, sendo as principais medidas a ser adotadas:
• Alteração na lei de propriedade do hidrômetro;
• Substituição dos hidrômetros existentes pelo novo padrão a ser estabelecido pelo DAE com base na faixa de consumo de cada economia;
• Criação da bancada de aferição de hidrômetros;
A partir de 2019 a redução de perdas foi vinculada diretamente a setorização da rede. A ordem de setorização da rede está apresentada no Volume 02 - Tomo IV, e deverá reduzir sistematicamente as perdas pelo controle operacional do sistema.
Vazamentos e sobrepressão na rede de distribuição
O controle e o reparo dos vazamentos em Bauru são realizados de forma passiva, a partir dos vazamentos visíveis, que afloram à superfície. Recomenda-se, contanto, o controle ativo dos vazamentos, através de métodos acústicos de pesquisa, uma vez que grande parte dos vazamentos não visíveis demora a aflorar, ou não afloram.
Os procedimentos básicos descritos por Tsutiya (2004) para redução das perdas reais por vazamentos não-visíveis da rede incluem a seleção da área, a medição de pressão, a localização do ponto de vazamento por métodos acústicos e o reparo do vazamento.
Com relação à pressão de serviço nas redes de distribuição, a elevação da pressão de serviço nas redes de distribuição tem efeito duplo na quantificação dos volumes perdidos, pois além de aumentar a frequência de arrebentamentos, aumenta a vazão dos vazamentos. Assim sendo, espera-se que as perdas reais sejam minimizadas pela adequação das pressões em valores compatíveis com uma boa operação do sistema de distribuição, sem potencializar a ocorrência de vazamentos.
A pesquisa por vazamentos reais pode ser otimizada a partir dos indícios e informações disponíveis sobre a rede. O monitoramento da vazão noturna indica as regiões onde os índices de vazamento são maiores (quanto maior a relação entre vazões mínimas diárias e a vazão média, maior o potencial de vazamentos). Outros indicadores de áreas prioritárias para a detecção de vazamentos são os registros históricos de ocorrência, pressões altas ou idade das redes.
O desenvolvimento dos sistemas de medição de vazões é fundamental a identificação e controle de perdas reais e aparentes. A análise dos volumes macro e micromedidos permite a localização dos setores ou regiões com maior índice de perdas e servem como ferramentas de controle e operação do sistema.
Setorização
O setor de abastecimento é a unidade básica operacional de um sistema de distribuição de água que corresponde às linhas primárias e secundárias de uma determinada área. Esta área pode ser abastecida diretamente a partir de uma derivação de adutora ou, indiretamente, através de um reservatório setorial.
A concepção dos setores de abastecimento tem como diretriz principal a definição das zonas de influência das principais unidades que atendem o setor (reservatórios, elevatórias, boosteres, etc). Para definir um setor de abastecimento é necessário levar em conta, principalmente as condições topográficas e o perfil dos consumidores na área a ser atendida.
Definidos esses parâmetros será possível posicionar os reservatórios, dimensionar as redes de distribuição e definir todos os acessórios necessários ao abastecimento.
A NBR 12218:2017 estabelece que a pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 400 kPa (40 mca), podendo chegar a 500 kPa (50 mca) em regiões com topografia acidentada, e a pressão dinâmica mínima, de 100 kPa (10 mca), e ser referenciada ao nível do terreno. Sendo que, sempre que possível adotar as pressões estáticas entre 250 kPa e 30 kPa (entre 25 mca e 30 mca), visando diminuir perdas reais.
Com essas considerações, inicia-se a concepção dos setores de abastecimentos, com a definição do posicionamento de reservatórios, limites de zona de pressão, áreas abastecidas por boosteres e áreas controladas por válvulas redutoras de pressão. Assim, os setores poderão ter uma ou mais zonas de pressão que serão determinadas conforme a análise da topografia.
Os projetos de setorização ou re-setorização devem buscar o equilíbrio hidráulico do sistema de distribuição de modo a se obter um sistema com pressões controladas buscando a ocorrência de perdas mínimas e mínimo de energia elétrica para o atendimento da área coberta pelo setor de distribuição.
O DAE, atendendo o Plano Diretor de Águas, foca atualmente em projetar e executar os setores e microsetores, de forma a ter o gerenciamento inteligente através de Centros de Comandos Operacionais (CCO) e equipamentos tecnológicos aplicados em empresas modelo no setor de saneamento.